terça-feira, 15 de abril de 2008

Lançamento do disco

O praticante desta modalidade roda em torno de um círculo antes de arremessar um objecto plano e redondo, designado por disco. O disco remonta ao século VIII a.C. Até 1912, o disco era lançado de uma plataforma inclinada. Hoje, os atletas são obrigados a lançá-lo de dentro de um círculo com 2,5 m de diâmetro. Têm de dar uma volta e meia ao círculo, antes de largarem o disco - o que significa que a acção é mais parecida com um arremesso de uma funda do que com um lançamento.

O disco é feito de madeira e contornado por um aro de metal. A parte central pode ser de madeira, metal ou borracha. Para segurar o disco, ele deve estar folgado na palma da mão lançadora, com a beira apoiada nas pontas dos dedos. Podem abrir os dedos a intervalos regulares, ou manter juntos o indicador e o médio. Em ambas as preensões, servem-se do polegar para manterem o disco numa posição firme. Uma das melhores maneiras de aprender a lançar o disco é parado. Isso vai ensinar os elementos básicos da modalidade e também irá auxiliar o treino futuro. Usar esta técnica aumenta gradualmente a velocidade, fazendo girar os braços e o tronco a partir das ancas.

1- Parados, com os pés afastados à mesma largura dos ombros, seguram o disco na mão que lhes der mais jeito. Viram um pouco o corpo, enquanto estendem o braço para trás.

2- Fazem girar o disco para a frente, virando também o corpo, enquanto o fazem.

3- Levam o disco até ao ponto mais alto do seu rodopio. Agora devem ter o peso apoiado no pé esquerdo. Viram-no de frente para a posição em que vão lançar.

4- Voltam à posição de partida e recomeça a sequência. Flectem os joelhos, enquanto giram o corpo e, gradualmente, vão acumulando velocidade.

A Volta Desde que tenham controlado o balanço, tentam virar-se, enquanto lançam. Começam na parte de trás do círculo, mantendo as pernas flectidas e ligeiramente afastadas, e os braços abertos. Desviam o seu peso para o pé oposto ao braço lançador, e giram nesse pé. Dão uma volta ao corpo, e aterram sobre o outro pé. Quando se virarem de novo para as traseiras do círculo, começam a endireitar o corpo e a levar para a frente o braço lançador, num gesto largo e balanceado. Lançam o disco e atravessam o seu braço direito, em frente do corpo, à altura do peito, levando o pé direito para diante, o que lhes evitará uma queda. Um peso normal tem 7,257 kg, sendo fabricado em aço. O peso para as mulheres tem 4 kg.

Lançamento do peso

Esta modalidade nasceu nos Jogos das Terras Altas da Escócia provavelmente no século XIV. Os pesos eram pedras grandes, demasiado pesadas para serem atiradas, mas passíveis de serem arremessadas, a partir do ombro, com uma das mãos. Hoje, em vez de uma pedra, usa-se uma bola de metal pesada, chamada peso mas a técnica permanece a mesma. Utiliza-se a base do indicador, do médio e do anelar para aguentar o peso; com o polegar e o mínimo podemos estabilizá-lo. Deve-se segurar o peso debaixo do queixo até ao momento de o arremessar sem nunca tocar a palma da mão. O peso, de bronze ou ferro, varia entre 3,25 kg para raparigas A-13, 7,26 kg para homens e 4 kg para mulheres. No lançamento do peso são necessárias as seguintes etapas:

1- Afastar os pés cerca de 60 cm. Segurar o peso debaixo do queixo, mantendo alto o cotovelo desse braço.

2- Juntar os pés enquanto se salta, ou deslizar para a esquerda.

3- Apoiar-se no pé direito, enquanto se aterra, e avançar com a perna esquerda. Flectir os joelhos e preparar-se para empurrar o peso a partir do ombro.

4- Fazer oscilar a anca direita, para lançar o corpo para a frente. Retirar o peso debaixo do queixo, como preparação para o largar.

5- Tentar impulsionar o peso para cima e em frente, a partir do queixo e tão depressa quanto possível. O peso irá tanto longe quanto mais alto e mais depressa for arremessado.

6- Para seguir o movimento do peso depois do arremesso, avançar com a perna direita e dobrá-la, para evitar passar sobre a barra de madeira em frente do círculo.

Lançamento do dardo

Ao contrário de outras provas de lançamento, esta é praticada com corrida de balanço e não num círculo.

Evoluiu a partir do arremesso de dardos usados pelos nossos antepassados na caça e na guerra, mas as distâncias são agora muito superiores ao que se poderia imaginar, resultando de melhorias na concepção do dardo e na própria técnica de lançamento. De facto, em 1984 o dardo teve de ser novamente desenhado porque estava a cair para lá do campo e sobre a pista - uma distância de mais de 100 metros! O dardo é composto a partir de um cabo de madeira ou metal, com uma ponteira de metal e uma braçadeira de cordão.

No lançamento do dardo são precisas as seguintes etapas:

1- Ganhar velocidade na corrida de balanço. Segurar o dardo alto, com a palma da mão voltada para cima.

2- Nas últimas passadas da corrida, esticar o braço que vai lançar, para que o dardo ficar atrás de si, e também levantar o joelho direito, na última passada. A isso chama-se passada cruzada.

3- Devido à passada cruzada, aterram no pé direito, com o corpo inclinado para trás e as ancas para a frente, posição essa destinada a facilitar o arremesso do dardo, que seguraram alto e atrás de si.

4- Atirar a perna esquerda para a frente, na última passada, com o braço direito e o dardo atrás si. Flectir a perna direita, para as ancas avançarem, e o corpo se arquear ligeiramente. Arremessar para fora o braço esquerdo, para ajudar no equilíbrio.

5- Inclinar para a frente o peito e os ombros, para atirar o dardo. Ver se tem o cotovelo elevado, nesse momento, o que fará com que o dardo voe bem acima do ombro e da cabeça, ajudando a evitar lesões na articulação do cotovelo.

6- Depois de largar o dardo, a sua perna direita continuará a avançar para a próxima passada. Flectir para abrandar a marcha e evitar ultrapassar a linha limite. Permanecer atrás dessa linha até a distância ter sido medida, ou o lançamento será invalidado.

Barreiras

Nos Jogos Olímpicos de 1896, a primeira destas corridas executou-se numa distância de 100 m. Nessas primeiras competições as barreiras eram, na realidade, barreiras para carneiros, pregadas à pista, portanto, muitíssimo pesadas e capazes de magoar gravemente um atleta que derrubasse uma delas. Hoje, esta prova pratica-se em distâncias de 100 m (mulheres), 110 m (homens) e 400 m (homens e mulheres). As barreiras actuais são uma barra de madeira apoiada em dois postes de metal ajustáveis. Não estão presas à pista, mas têm de pesar o suficiente para que seja precisa uma força de 3,6 kg para as derrubar. A altura da barreira varia consoante a idade e o sexo. Abaixo dos 14 anos (A-14) dos rapazes e dos 17 anos (A-17) das raparigas, emprega-se a barreira de 76 cm; os rapazes A-15, as raparigas A-20 e as mulheres mais velhas saltam uma barreira de 84 cm; os rapazes A-17 transpõem uma altura de 91,4 cm, e os homens mais velhos uma de 106,7cm. Quando os atletas estão a saltar barreiras, esforçam-se por executar uma corrida suave e contínua, apenas ligeiramente interrompida cada vez que passam sobre uma barreira, a isso chama-se técnica de barreiras.

Corrida de estafetas

Uma das modalidades atléticas mais excitantes é a corrida de estafetas, constituindo, com frequência, o ponto alto das competições importantes, como os Jogos Olímpicos, e sendo, habitualmente, a última das provas. Ao contrário da maioria das outras, esta é uma prova de equipa, em que quatro corredores fazem um determinado trajecto. Cada corredor é escolhido por ter um mérito especial. O mais rápido actua na primeira posição, os mais potentes ocupam a segunda e a última, e o melhor a descrever curvas actua em terceira. O primeiro passa ao segundo um testemunho, e assim sucessivamente. As principais provas são 4x100 m e 4x400 m.

O testemunho é um tubo macio e oco, com cerca de 30 cm de comprimento e 12 cm de perímetro. Pode ser feito de madeira, metal ou plástico, e pesa 50 g apenas. Em geral, os testemunhos têm uma cor viva, para se verem com facilidade. Uma boa passagem do testemunho pode poupar preciosos segundos numa corrida. Na prova dos 4x100 m, o corredor que parte não olha para trás ao receber o testemunho, mas na dos 4x400 m, que é muito fatigante, o corredor que parte olha para trás na passagem do testemunho.

Passagem por cima - Das duas passagens de testemunho, esta é a mais fácil de aprender e a mais segura de utilizar. O corredor da frente mantém o braço baixo, o que facilita a entrega do testemunho.

1- Quando o corredor da frente ouve o de trás gritar-lhe, estica a mão esquerda, com a palma virada para baixo. O polegar e o indicador devem formar um V.

2- O portador do testemunho levanta-o até ao V formado pela mão do corredor da frente. O corredor nº 1 deve agarrar o testemunho pelo seu primeiro quarto, o nº 2 pelo segundo, etc.

3- O portador do testemunho larga-o quando vê que o corredor da frente o agarrou. O testemunho é transportado na mão direita desse corredor e transferido para a mão esquerda do corredor seguinte.

Passagem por baixo - Quando se faz correctamente, esta passagem torna-se a mais rápida. Contudo, é a mais difícil, porque o corredor da frente eleva mais o braço para receber o testemunho.

1- O portador do testemunho agarra a extremidade deste, enquanto o corredor da frente leva a mão direita atrás, com a palma virada para cima.

2- O portador entrega o testemunho baixando-o para a mão esticada do outro. Este deve ter os dedos a formar um V.

3- O corredor da frente pega no testemunho com a mão direita, pronto a passá-lo para a mão esquerda do próximo corredor.

Atletismo - Salto em Comprimento

É um salto horizontal cujo objectivo é atingir a maior distância possível entre a chamada e a queda.

Este salto e composto por 4 fases: corrida de balanço, chamada, voo e queda.

Na corrida de balanço deve-se:

  • Realizar seis a dez passadas em aceleração progressiva;

  • Manter o corpo descontraído e a bacia elevada;

  • Olhar dirigido para a frente;

Na chamada (L1):

  • Colocar o pé de chamada na tábua de chamada;

  • Manter o tronco na vertical;

  • Elevar o joelho contrário ao pé da chamada e, com a ajuda dos membros; superiores, prepara-se a fase de voo;

No voo (L2):

  • Projectar o corpo bem para cima

  • Lançar o membro inferior livre para a frente e para cima até á altura da bacia;

  • Rodar os membros superiores em extensão á retaguarda e projectar o corpo para a frente;

  • Puxar os membros superiores em extensão para a frente e iniciar a flexão do tronco á frente;

Na queda (L3):

  • Puxar os membros inferiores para a frente com fecho do tronco sobre estes

  • Fazer a recepção sobre os 2 pés, flectindo os membros inferiores;

  • Equilibrar o corpo ou projectá-lo para a frente;

terça-feira, 8 de abril de 2008

Triplo Salto

O Triplo Salto é um dos tipos de salto mais complicados e exigentes. As suas origens remontam tão longe quanto os antigos Jogos Olímpicos dos Gregos, quando não existiam quaisquer regras e os atletas podiam dar dois pulos e um salto, ou três passos e um salto. Ainda nos primeiros Jogos Modernos, James Conolly, o vencedor, ganhou com dois pulos e um salto. Hoje as regras obrigam os atletas a “um pulo, um passo e um salto”, enquanto tentam cobrir a maior distância possível. Para esta modalidade os atletas precisam de ser ágeis e ter pernas muito fortes. O ritmo também é importante, já que necessitaram de tornar os voos de cada fase tão iguais quanto possível e devem ter noção da sincronização ao aterrarem.

Pulo, passo e salto.

1- O atleta esforça-se por ganhar velocidade na corrida de balanço, por causa da rapidez e da distância que irão perder cada vez que fizerem a chamada.

2- O pulo de chamada deve ser rápido e enérgico. Batem na tábua de chamada com o pé todo e avançam com essa perna, atirando-a para cima, de forma a que a sua coxa fique paralela à pista.

3- Arremessam a perna esquerda para uma posição horizontal, de maneira a ficar paralela ao chão e lhes impulsionar o joelho direito para trás. Nesta fase de contacto intermédio tentam “cravar” o pé esquerdo no chão, da frente para trás, atirando, assim, o corpo para a frente.

4- Ao caírem, os seus pés devem estar um pouco à frente dos joelhos e das ancas. Serão impulsionados para a frente pelo pé em que caem, “cravado” no chão, bem como pela oscilação do joelho direito.

5- Aproveitando ainda o movimento oscilatório de um só braço, entram na fase do passo. O voo é semelhante ao do pulo. Com as pernas bem afastadas, levantam a perna direita e arremessam-na para a frente.

6- Este passo de contacto intermédio é o mais difícil do triplo salto porque é executado com a perna mais fraca e porque já terão perdido imensa velocidade e ímpeto nas duas chamadas anteriores. Quando, caírem, lançam os braços para a frente preparando, assim, a sua próxima chamada.

7- Partem imediatamente com a perna do contacto intermédio. A chamada do salto é mais elevada do que a do pulo e do passo, e faz um ângulo de 20-24º.

8- Quando levarem o joelho direito ao encontro do esquerdo, pareceram suspensos no ar, por instantes, até dobrarem o corpo para a frente, pronto a aterrar. A este movimento chama-se “salto pairante”.

9- Quando tocarem na areia, projectam os braços para a frente e deixam que os joelhos se dobrem um pouco - impedindo que o corpo caia para trás ao aterrarem.

As medidas de distância do triplo salto, bem como do salto em comprimento, são medidas a partir da tábua de chamada até à marca mais próxima que existir na areia. Por conseguinte, devem sempre tentar cair para a frente, na aterragem e afastarem-se pela frente do buraco. Se caírem ou andarem para trás, o seus saltos serão medidos a partir da distância mais curta.

Salto em altura

O SALTO EM ALTURA

A TÉCNICA DO SALTO EM ALTURA

A procura de uma técnica de salto em altura ideal é uma questão de estilo biomecanicamente adequado da transposição da fasquia; a corrida de balanço e a impulsão não são, neste caso, importantes. Saltar em altura significa ultrapassar a maior altura possível, neste caso concreto colocar o centro de gravidade do corpo o mais perto da fasquia sem lhe tocar.

Evolução da técnica do salto em altura

1 2 3 4 5

6 7 8 9

  • 1- Salto de tesoura ( 1,97m 1898 )
  • 2- Salto Cortado ( 1,99.5m 1908 )
  • 3- Rolamento Californiano ( 2,02m 1914 )
  • 4- Variante do Rolamento Californiano ( 2,04m 1933 )
  • 5- Variante do Rolamento Californiano ( 2,07m 1936 )
  • 6- Rolamento Ventral ( 2,07m 1936 )
  • 7- Variante do Rolamento Ventral ( 2,22m 1960 )
  • 8- Variante do Rolamento Ventral ( 2,28m 1963 )
  • 9- Flop ( 2,32m 1976 )

É essencial a todos os atletas saltadores em altura a conciliação dos seguintes factores:

Condição física e Técnica

Força de impulsão Corrida de balanço

Sentido rítmico Impulsão

Capacidade de reacção Transposição da fasquia

Flexibilidade e destreza Queda

Para o atleta saltador em altura é importante, primeiro, a força de impulsão e a flexibilidade, bem como a capacidade de aprender uma das técnicas modernas. A força de impulsão ( absoluta ) é, pois, condição prévia para aprendizagem do rolamento ventral e do « Flop », as técnicas do salto em altura mais utilizadas. As descrições que se referem, limitam-se, por isso, a estas duas técnicas, nas quais devem ser empregues os principais aspectos biomecânicos do salto em altura.

A marca do salto em altura é formada pelo resultado de três componentes: A1+A2+A3 = Altura do salto (ver figura 2).

(fig.2)

Durante a fase importante de transposição da fasquia, a posição do centro de gravidade do corpo, é determinada pela técnica escolhida pelo saltador ( ver figura 3 )

(fig.3)

O eixo horizontal, o eixo vertical e o eixo transversal são os três eixos do corpo humano.

Uma flexão na articulação significa maior velocidade angular, ou seja, rotações mais rápidas em volta de um dos eixos do corpo.

Uma extensão na articulação significa um retardamento das rotações.

A energia cinética serve para a obtenção de altura ( impulsão vertical da musculatura da perna ).

A energia da rotação é produzida através de um impulso de rotação da bacia e das extremidades e serve para a transposição da fasquia.

Um breve resumo sobre os eixos do corpo humano, para se ficar com uma ideia mais detalhada sobre este aspecto. ( ver figura 4 )

(fig.4)

a) Eixo Horizontal

Na direcção do movimento principal e paralelo em relação à superfície da terra.

b) Eixo Vertical

Na direcção do centro de gravidade, por conseguinte vertical em relação à superfície da terra.

c) Eixo Transversal

Transversal em relação à direcção do movimento principal e paralelo em relação à superfície da terra.

A TÉCNICA DO SALTO « FLOP »

O chamado « Fosbury-Flop » ( ver fotografia 5 ) não se diferencia substancialmente da técnica do « flop » padrão. É caracterizado por quatro fases importantes : a corrida de balanço, a impulsão, o voo e transposição da fasquia e a queda.

(fig.5)

A primeira parte da corrida de balanço ( fase de aceleração ) abrange sete a onze passadas de balanço.

A posição do tronco e uma ligeira inclinação lateral favorecem uma velocidade mais elevada ( até oito metros por segundo nos atletas de alta competição ). Nas últimas três passadas ( preparação da impulsão ) modifica-se a posição do tronco, acentuando-se a inclinação para o centro do círculo ( 20 a 30 graus ); a inclinação para a frente é substítuida por uma clara inclinação para trás ( ver figura 6 ). Assim baixa o centro de gravidade do corpo e é prolongado o percurso de impulsão.

(fig.6) (fig.7)

Na última passada aumenta a inclinação lateral para dentro; o tronco está agora direito ( ver figura 7 ). Aqui é introduzida a velocidade angular necessária para a rotação em volta da fasquia. O saltador que utiliza a técnica do balanço simultâneo dos braços lança-os bem para trás do tronco enquanto que o que utiliza a técnica do balanço alternado mantém a posição dos braços como na corrida. Na impulsão, o pé da perna de impulsão desenrola-se do calcanhar e aponta para a fasquia ( ângulo de salto: 10 a 25 graus ). O pé apoia-se na direcção da corrida, sendo a distância até à fasquia de cerca de um metro. A elevada velocidade da corrida de balanço é fortemente retardada através do apoio da perna de impulsão esticada, favorecendo uma passagem ideal da velocidade horizontal à vertical.

Na fase de amortização que se segue, a perna de impulsão é ligeiramente flectida enquanto que o corpo se endireita. O endireitar da inclinação que se verifica para o interior da curva possibilita um encontro quase central da impulsão com o centro de gravidade do corpo, verificando-se uma das condições prévias mais importantes para um bom rendimento no salto. Para não voar lateralmente sobre a fasquia, (através do endireitar resultou uma rotação em volta do eixo horizontal) o saltador lança a perna de balanço para cima ao mesmo tempo que a afasta da fasquia, ou seja para o centro do círculo. Daqui resulta uma rotação em volta do eixo vertical, levando à típica « posição em ponte » do « flop » ( ver figura 8 ).

(fig.8)

Segundo os mais recentes conhecimentos biomecânicos, a impulsão é o factor mais importante no « flop »; a maioria dos saltos falhados resultam de uma fase de impulsão incorrecta. O conjunto dos movimentos da corrida de balanço e da impulsão constitui, deste modo, um importante ponto principal do exercício no treino do salto em altura.

Depois da impulsão, o saltador movimenta-se para a frente e para cima. Os eixos dos ombros e da bacia rodam para a fasquia, donde resultam rotações em volta dos três eixos do corpo ( ver figura 4 );

1- Rotação em volta do eixo horizontal através do endireitar da inclinação interior da curva

2- Rotação em volta do eixo vertical através da projecção para cima da perna de balanço, afastando-a da fasquia

3- Rotação em volta do eixo transversal através da elevação dos braços

A parte da subida na fase de voo é caracterizada através de uma atitude relativamente passiva e descontraída do corpo . Nos movimentos seguintes para a transposição da fasquia é importante que a bacia não desça. Por esta razão, os centros de gravidade de alguns pontos de apoio têm de ser deslocados: a perna de balanço é descida, enquanto que a perna de impulsão fica suspensa o maior tempo possível e a bacia pressionada para cima. Uma transposição exacta da fasquia, iniciada da cabeça até à perna (vantagem em relação ao rolamento ventral) é facilitada através de mais medidas. Os braços descem e são colocados junto ao tronco enquanto a fasquia é intensivamente observada, a fim de se poderem fazer correcções; a cabeça é trazida para o peito.

Para a queda,as pernas são flectidas na articulação coxo-femural e estendidas na articulação do joelho depois de as nádegas terem transposto a fasquia ( nunca antes ). Para a queda, os braços são estendidos, caindo o saltador na chamada « posição L » ( ver figura 9 ) sobre toda a superfície das costas. A fim de impedir lesões, as articulações dos joelhos permanecem esticadas.

(fig.9)

A TÉCNICA DO ROLAMENTO VENTRAL

No rolamento ventral, a corrida de balanço é uma corrida em progressão rectilínea, feita do lado da perna de impulsão e que forma em relação à fasquia um ângulo de cerca de 45 graus. A ponta do pé neste caso, aponta para fora. Na corrida de balanço, com comprimento entre sete a nove passadas, acelera-se primeiramente e nas últimas passadas mantém-se a velocidade e prepara-se a impulsão. Isto sucede frequentemente através de uma antepenúltima passada alongada. Agora o tronco encontra-se inclinado fortemente para trás ( ver figura 10 ): a penúltima passada é igualmente alongada e o centro de gravidade do corpo desce favoravelmente ( até 45 cm ). A perna é ligeiramente flectida na antepenúltimo contacto. Através desta « passada de impulso », a bacia ultrapassa sob os ombros e prepara uma posição vertical do tronco. Na penúltima passada, o braço de dentro ( do lado da perna de balanço ) é fixado à frente, enquanto o braço de fora ( do lado da perna de impulsão ) oscila preparando o chamado impulso simultâneo dos braços.

(fig.10)

O objectivo principal do impulso simultâneo dos braços é de endireitar de novo o tronco durante a fase de apoio da perna de impulsão. Desta forma, o centro de gravidade do corpo é mantido sob a força de impulso e impede um desequilíbrio para trás. Na última passada, os braços movimentam-se para trás e para baixo e depois passam ao lado da bacia para a frente e para cima juntamente com a perna de balanço. Estes «belos» movimentos iniciam a impulsão.

Em contraste com a impulsão no « flop » ( duração de cerca de 0,14 segundos ), a impulsão do rolamento ventral tem uma longa duração, realizando-se em 0,23 segundos. Esta fase subdivide-se no apoio da perna de impulsão , na amortização e na extensão da perna de impulsão. A perna de impulsão apoia-se esticada com o calcanhar ( cerca de 70 cm antes da fasquia ). Após o apoio, o tronco é trazido para a frente. Os ombros são lançados para a frente, ficando apenas o lado de dentro da bacia para trás, reconhecendo-se uma ligeira tensão arqueada.

Se a perna de impulsão se desenrolar sobre a planta do pé, tem de ser por conseguinte, rapidamente esticada de forma explosiva na articulação do joelho. Uma aceleração vertical adicional é conseguida através da fixação súbita da perna de balanço e braços; então o movimento de travagem transmite a energia das extremidades para o tronco.

É importante o emprego correcto do braço de dentro, que impede uma produção desnecessária de energia rotativa. Na extensão da impulsão, o saltador não se deve inclinar para a fasquia mais do que até ao eixo que vai da perna de impulsão ao ombro oposto, na vertical para o solo « six o'clock position » ( ver fig 11 ).

(fig.11)

O salto lateral é uma atitude incorrecta que só pode ser equilibrada através de uma corrida de balanço com um ângulo de 45 a 60 graus. Após uma impulsão correcta, o eixo dos ombros eleva-se transversalmente para a linha de voo.

Numa das variantes do rolamento ventral ( ver figura 1, momento 6 ), a perna de balanço movimenta-se para a fasquia, enquanto que a perna de impulsão se encontra ainda suspensa, relaxada. Simultaneamente com a perna de balanço, a cabeça, ombros e braço do lado da perna de balanço transpõem a fasquia. Após a transposição verifica-se o movimento para baixo do lado da perna de balanço e o elevar do lado da perna de impulsão. A queda dá-se sobre a perna de balanço bem como sobre uma mão no desenrolar final sobre os ombros ou a bacia.

A outra variante do rolamento ventral ( ver figura 1, momento 7 ), procura através de uma elevação da bacia em relação às partes principais do corpo, tronco e pernas, transpor a fasquia. O tronco encontra-se, por conseguinte, transversalmente em relação à fasquia. Simultaneamente com a perna de balanço transpôem a fasquia, a cabeça, ombros e o lado da perna de balanço; o saltador gira em volta do eixo transversal ( ver figura 12 ), em ângulo agudo para a fasquia, com a bacia fortemente flectida. A perna de balanço dobrada é, então, estendida para trás e para cima enquanto que o braço do mesmo lado se encontra o mais próximo possível do tronco, permanecendo este curvado. Após a transposição da fasquia, a perna de balanço é esticada, os braços preparam a queda. Então o saltador roda lateralmente.

(fig.12)

Os dois quadros seguintes mostram as diferenças e as semelhanças entre o «rolamento ventral» e o «flop».

Quadro 1

Quadro 2

Principais erros /// e ajuda para a sua correcção

...no rolamento ventral

1- INCLINAÇÃO PREMATURA DO CORPO PARA A FASQUIA /// Saltos em forma de piruetas a alturas baixas, tronco direito; aumentar lentamente a altura.

2- CAMBALHOTA DE JUDO DIRECTAMENTE A SEGUIR À IMPULSÃO /// Saltos sobre a fasquia oblíqua ( parte superior mais próxima ).

3- GIRAR DA PERNA DE IMPULSÃO /// Marcar a distância da corrida de balanço; saltos de elevação.

4- EMPREGO DEFICIENTE DA PERNA DE BALANÇO /// Saltos sobre a fasquia colocada obliquamente ( parte superior mais afastada ).

5- APOIO EXTREMO NO «ROLAMENTO VENTRAL» /// « Passar » pela impulsão.

6- ROTAÇÃO PREMATURA EM VOLTA DO EIXO VERTICAL /// Maior ângulo da corrida de balanço ( até 60 graus ).

7- TORÇÃO DO CORPO /// Chamada no momento de rotação do corpo nas piruetas e saltos de rolamento ventral.

8- AS MÃOS APOIAM-SE MAIS CEDO DO QUE A PERNA DE BALANÇO /// Saltos de pirueta sobre alturas baixas com orientação da altura ( por ex. fitas ), aumentar a altura lentamente.

...no flop

1- VELOCIDADE DE CORRIDA DE BALANÇO INSUFICIENTE ( CORRIDA DE BALANÇO RECTILÍNEA ) /// Corridas em progressão; corridas de balanço em arco com marcas para as três últimas passadas; diminuição do raio da curva.

2- INSUFICIENTE INCLINAÇÃO PARA O LADO DE DENTRO DA CURVA ( O SALTADOR ENDIREITA-SE CEDO DEMAIS ) /// Corrida de balanço com distâncias estabelecidas, corridas em curva.

3- ATITUDE DE IMPULSÃO INCORRECTA ( O PÉ NÃO SE APOIA NA DIRECÇÃO DA CORRIDA /// Corridas de balanço em forma de arco com incidência na inclinação para dentro na curva.

4- SALTO PRECIPITADO E BALANÇO DE ROTAÇÃO DEMASIADO ACENTUADO /// Imitações da impulsão com corridas de balanço curtas; impulsões com marcações das três últimas passadas.

5- INCORRECTA POSIÇÃO DE PONTE SOBRE A FASQUIA /// Exercícios de «flop» sem balanço; impulsões partindo de zonas de impulsão elevadas ( minitramp ), treino da transposição da fasquia no plinto.

6- QUEDA AO ACASO /// Exercícios de queda partindo do «flop» sem balanço; ter atenção em esticar as pernas ( manter a tensão do corpo ).

Recordes do Mundo

JAVIER SOTTOMAYOR (CUB) - 2.45 SALAMANCA 27-09-1993
STEFKA KOSTADINOVA ( BUL ) - 2.09 ROMA 30-08-1987

Atletismo

O surgimento do Atletismo se confunde com o da própria Humanidade. Como modalidade esportiva, nasceu na Grécia Antiga, com a origem dos Jogos Olímpicos. Três fases dividem a história do atletismo: 1) Do surgimento das civilizações até a interrupção das Olimpíadas, em 393 d.C, pelo imperador romano Teodósio; 2) Da Idade Média até o século XIX, com o esporte servindo de treinamento aos exércitos; e 3) A partir de 1896, quando o barão francês Pierre de Coubertin promoveu a volta dos Jogos Olímpicos, encabeçados pelas provas de Atletismo.

Há 212 países filiados à IAAF, a Federação Internacional de Atletismo.


primeira competição de Atletismo de que se tem notícia foi uma corrida nos Jogos de 776 a.C, na cidade de Olímpia, na Grécia, que deram origem às Olimpíadas. Nos Estados Unidos detém o maior número de conquistas em Olimpíadas, Campeonatos Mundiais e Pan-Americanos na Era Moderna do Atletismo. No atual ranking de países da IAAF, os EUA seguem com liderança folgada por equipes, mas no ranking individual o grande nome atual é o do jamaicano Asafa Powell.

Atletismo no Pan

Os Estados Unidos, recordistas em medalhas no atletismo nos Jogos Pan-americanos, não disputaram a primeira edição em Buenos Aires, na Argentina, em 1951. A delegação norte-americana que desembarcou na Argentina tinha apenas 175 atletas, já que não havia recursos para que todos os competidores viajassem. Assim, nenhum representante do Atletismo dos EUA foi inscrito.

Em 14 edições dos Jogos Pan-americanos, o atletismo já deu 114 medalhas para o Brasil. Foram 37 de ouro, 34 de prata e 43 de bronze. Só no Pan de 1967, em Winnipeg, no Canadá, e no de 1971, em Cáli, na Colômbia, o Atletismo não assegurou uma medalha de ouro para o país.

O Pan disputado na Cidade do México, em 1955, foi uma festa para o Atletismo. A altitude de 2.235m da capital mexicana permitiu que 23 recordes pan-americanos fossem quebrados na modalidade. Outros dois recordes mundiais também foram alcançados: o brasileiro Adhemar Ferreira da Silval atingiu a marca de 16,56m no salto triplo e o norte-americano Louis W. Jones cravou 45s4 nos 400m rasos. Nestes jogos, das 48 medalhas de ouro colocadas em disputa no Atletismo, os Estados Unidos levaram 41.

O aperfeiçoamento do controle antidoping atingiu em cheio as modalidades de Atletismo dos Jogos de Caracas, na Venezuela, em 1983. Nada menos do que 17 atletas foram flagrados nos exames e pelo menos 20 desistiram em cima da hora de competir para não serem apanhados usando substâncias proibidas. Assim, Cuba, por intermédio de Leandro Peñalver, conseguiu quebrar a hegemonia norte-americana nos 100m rasos, obtendo o ouro com 10s06.

Lançamento do peso

Esta modalidade nasceu nos Jogos das Terras Altas da Escócia provavelmente no século XIV. Os pesos eram pedras grandes, demasiado pesadas para serem atiradas, mas passíveis de serem arremessadas, a partir do ombro, com uma das mãos. Hoje, em vez de uma pedra, usa-se uma bola de metal pesada, chamada peso mas a técnica permanece a mesma. Utiliza-se a base do indicador, do médio e do anelar para aguentar o peso; com o polegar e o mínimo podemos estabilizá-lo. Deve-se segurar o peso debaixo do queixo até ao momento de o arremessar sem nunca tocar a palma da mão. O peso, de bronze ou ferro, varia entre 3,25 kg para raparigas A-13, 7,26 kg para homens e 4 kg para mulheres. No lançamento do peso são necessárias as seguintes etapas:

1- Afastar os pés cerca de 60 cm. Segurar o peso debaixo do queixo, mantendo alto o cotovelo desse braço.

2- Juntar os pés enquanto se salta, ou deslizar para a esquerda.

3- Apoiar-se no pé direito, enquanto se aterra, e avançar com a perna esquerda. Flectir os joelhos e preparar-se para empurrar o peso a partir do ombro.

4- Fazer oscilar a anca direita, para lançar o corpo para a frente. Retirar o peso debaixo do queixo, como preparação para o largar.

5- Tentar impulsionar o peso para cima e em frente, a partir do queixo e tão depressa quanto possível. O peso irá tanto longe quanto mais alto e mais depressa for arremessado.

6- Para seguir o movimento do peso depois do arremesso, avançar com a perna direita e dobrá-la, para evitar passar sobre a barra de madeira em frente do círculo.

Apresentação

Sou um professor de Educação Física no Liceu Nacional kwame N'krumah.
Como gosto muito de internet, resolvi criar este blogue para os meus alunos de Educação Física.